14 de ago. de 2009

Arraste-me para o inferno


Ainda não é dessa vez que um bom filme de terror chegará aos cinemas

Uma lenda estranha e desconhecida e uma jovem de bom coração. Através desses dois elementos podemos narrar um bom conto de terror. E partindo deles que acontece a história de Arraste-me para o inferno (Drag Me To Hell), que estréia hoje, dia 14 de agosto nos cinemas do Brasil. Sam Raimi - famoso por dirigir a trilogia Spiderman - apostou nessa antiga fórmula na produção que o traz de volta aos filmes de terror, gênero pelo qual deu inicio a sua carreira com a trilogia Evil dead.


Christine Brown, interpretada por Alison Lohman, trabalha com empréstimos em um banco. Ela está prestes a assumir um cargo maior e, na tentativa de impressionar seu chefe, recusa credito a uma velha senhora. A estranha mulher sente-se humilhada por Christine e lança sob ela uma antiga maldição cigana. A jovem passa então a ter apenas três dias de vida até que seja levada ao inferno. E, durante esse tempo, será atormentada por espíritos malignos.


A história até parece ser interessante, dá a sensação de que a receita está correta e que se trata de um bom filme de terror como não vemos há tempos. Mas, basta assistir a alguns minutos do longa para percebermos que o sentimento do inicio não passava de um mero engano. O roteiro assinado por Sam e Ivan Raimi nada tem de aterrorizador. Na realidade, existe mais um ar cômico do que de terror.


Os personagens parecem mais caricaturas dos antigos filmes do gênero: Christine é a mocinha loira, com boas cordas vocais, pois precisa gritar bastante. Existe também, o bom rapaz que tenta livrar a menina indefesa do caminho do mal, no caso, o namorado da protagonista, Clay Dalton (Justin Long). E a velha “bruxa” que aparenta até mesmo um zumbi, a senhora Ganush (Lorna Rayer) - um estereotipo vivo dos filmes de terror. Além disso, os acontecimentos esperados de um longa desse tipo, aquilo que presumimos que vai ocorrer, surgem de forma exagerada. O que leva a crer que as situações foram construídas com sarcasmo. Até mesmo o sacrifício de animais torna-se algo engraçado, alias como todo o resto. A pessoa vai ao cinema querendo levar bons sustos e ficar com medo e o máximo que consegue é uma dor de barriga de tanto rir.


É bom acreditar que o diretor na realidade queria lançar um clássico do cinema trash, pois nesse estilo o que faz sucesso são os trabalhos que não são bem feitos. O que parece é que ele não tinha a intenção de fazer um bom filme de terror, mas sim contar uma narrativa divertida em cima de uma grande sátira ao gênero. Talvez a intenção de Sam Raimi era mesmo brincar e tornar a Ganush a nova musa do trash.

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